sexta-feira, 22 de agosto de 2008

AQInP... Pequim "é logo ali"

Sem apresentações.
Começarei com o que andei pensando durante toda esta semana.

Bom, não sei dizer ser estou decepcionado ou não com o desempenho olímpico brasileiro. Ainda não me sinto pronto para criticar ou aplaudir, então apenas escreverei sobre alguns pontos que acho que todos devem considerar antes de fazer juízo do nosso desempenho em Pequim (não Beijing!)
De início, faltando dois dias para o término do maior evento esportivo da história, vai ficando evidente que terminaremos aquém do esperado e do nosso desempenho anterior em Atenas, quando conquistamos 5 medalhas douradas, 2 de prata e 3 bronzes. O entusiasmo pelo melhor desempenho, catalisado pelo fato da presente delegação de atletas brasileiros ser a maior da história, contagiou todos que eu conheço, inclusive os que costumam não costumam “perder tempo” torcendo. E olhando por este lado, nosso desempenho, mesmo que numa improvável soma de resultados se iguale ao de Atenas em número de ouros, pratas e bronzes, ainda sim poderá ser considerado inferior por termos enviado mais atletas. Ou seja, o número de competidores brasileiros deveria ser proporcional ao número de medalhas conquistadas... quanto mais, melhor, saca?

Pois bem, mas ao que podemos creditar este desempenho, bom para uns, ruim para tantos outros, do mais terceiro mais importante país emergente do mundo (atrás de China e Índia, respectivamente, na minha opinião)?
Aqui vão três pontos que eu creio que devem ser considerados por todos que desejam forma opinião sobre o assunto :
- O baixo investimento no esporte, bem como em tecnologia, no Brasil é notório. As verbas públicas e privadas concentram-se quase que exclusivamente nos esportes de massa (Futebol, Vôlei e mais recentemente Ginástica Olímpica) excluindo inclusive atletas como César Cielo, que teve baixíssimo apoio das entidades governamentais, tendo que sair do Brasil para treinar nos Estados Unidos pagando do próprio bolso. A glória é do ouro é somente dele e sua família, mas não se assuste se em poucos meses (ou semanas) o rosto de “Cesão” passar a estampar campanhas federais.
- Em contrapartida, sou da opinião que embora seja lindo e emocionante ver dourado o peito de nossos atletas, muito mais importante são as questões emergenciais, como saúde, educação e moradia. Enquanto miséria e inflação fizerem sangrar o povo brasileiro, a glória olímpica, infelizmente, deve continuar em segundo (terceiro, quarto, quinto...) plano.
- A única medida possível e barata é acabar com a mentalidade (complexo de inferioridade) de que quarto lugar, bronze e prata são o suficiente. Precisamos entrar nas competições para ganhar, para sermos os melhores.

Para fechar, citarei minha Profa. (behavorista) Ms. Mariantonia Chippari: “Enquanto não mudarem as variáveis (contingências) que estão mantendo este quadro, a situação continuará a mesma”. Isso é um fato.
O que por fim dizer da história olímpica Brasileira?
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Fazendo uma rápida comparação entre o desempenho chinês e o americano, algumas interrogações surgiram. Quais medalhas valem mais? As do país que diz qual esporte suas crianças de cinco anos irão praticar, sem possibilidade de mudança, em verdadeiros ‘quartéis-generais-esportivos’ onde são pressionadas ao limite... Ou da do país que embora ofereça a liberdade de escolha, investe muito mais do que o primeiro? - Para ser mais específico, os EUA gastaram (R$ 570 milhões – estimativa fornecida pela Globo) na preparação de seus atletas para Pequim (não Beijing!) quase duas vezes mais que o Brasil gastou em todas instalações e segurança do Pan do Rio! [Os gastos chineses não são divulgados oficialmente, pelo que sei]. No final das contas, se os filhotes do Tio Sam saírem da China com 100 medalhas, seria como se eles tivessem desembolsado R$ 5 milhões e alguns quebrados por cada medalha conquistada... coisas de país de primeira grandeza.

- Leitura obrigatória: http://bronzebrasil2008.wordpress.com/